Durante muito tempo, conversamos sobre nossas idéias, nossas necessidades e sentimentos em relação aos caminhos que tomam o neopaganismo nacional. Com o passar do tempo e o amadurecimento, resolvemos que era hora de juntar mais de nós. A Idéia do Blog Tribos de Gaia é unir várias correntes do Neopaganismo brasileiro com o único objetivo de preservar a diversidade e garantir a liberdade de expressão dos nossos convidados.

sábado, abril 29, 2006

Novas Colunas

Oi pessoal,

Acabei de atualizar 6 colunas no Tribos de Gaia:

- Gean Dorvalho: "A formiga e o Jurampindi";

- Gian Celli: "RESPONSABILIDADE";

- Goloka: "Transcendendo a dualidade da mente";

- Melissa Mell: "Taromaterapia - parte II";

- Sarasvati (que vos fala): "Kali - a força feminina";

- Tuga: "Árvore".

Passem lá (http://www.tribosdegaia.com.br), leiam, divulguem e comentem!!!

Beijos a todos

quarta-feira, abril 26, 2006

AMOR BRUJO


Ao amar uma bruxa, ou bruxo se corre o risco de jamais saber se encantou ou foi encantado...
Sim há esse risco, mas em contrapartida o mundo fantástico e maravilhoso da surpresa aguarda a cada dia que se vive com um desses seres.
Dias de calor ou frio mas que adquirem outros climas ao saber que amamos e somos amados por alguém que sabe muito bem o que deseja do amor, por amar-se plenamente e assim evitar que hajam conflitos banais nascidos da dúvida de "me amo ou não me amo"...
Dias em que se não houver segurança é possível que o vento da incerteza balance um pouco as raízes pois esse alguém quiçá não se prenda mais a pequenos detalhes como desconfiar de sua sombra, da sua voz e do amado...
Dias em que se pode simplesmente desfrutar o dia de sol ou chuva pois se encontrou finalmente alguém que vê nas pequenas gotas de orvalho ou no brilho das folhagens a essência de existir...e que sabe magistralmente deixar-se, abandonar-se à contemplação sem pressa nem remorsos pelas horas que está alí...
Noites em que antes de saborear o amor, celebra a sua própria existência e a da Terra ao som da sinfonia noturna que faz eco a suas preces...
E principalmente haverá a liberdade de ficar, permanecer ou partir deixando a porta entre aberta ou completamente fechada, pois o amor bruxo se alimenta da totalidade, da completude, não do outro, mas da soma que resulta do encontro...
Sou bruxa e amo um bruxo...Então sou livre e deixo livre...Com a garantia de que o "que seja eterno enquanto dure" pode se extender infinitamente, mas que caso contrário não haverão vestes rasgadas, retratos cortados, nem gritos mudos...

Luciana Onofre

terça-feira, abril 25, 2006

VIBRAÇÕES, TERRA, DEUSA


Sinto o vento mergulhar em meus ouvidos
susurros mudos movimentam meu corpo
vozes de outrora ditam sentenças
melodias gravadas em pedra ecoam em meu sangue,
o tempo escoa pelas veias,
vibrações latejam em meu solo
lembranças vagas de outros passos
caminhadas loginqüas de outros pés
tambores do passado me tocam a alma
Sinto a Terra
Sinto a Deusa
Sinto a mim mesma voltando do além
Vivendo o agora...
Semeando o amanhã...
Luciana Onofre
(pensamentos meus)

Selene e Endímion


Heya povo, para quem gosta de mitologia grega, acabei de postar um mito muito romântico no “Labirinto”, passem lá e comentem aqui ou na comunidade do orkut

segunda-feira, abril 24, 2006

É triste não ter amigos???

Ainda mais triste é não ter inimigos!

Porque não ter inimigos é sinal de não ter:

Nem talento que faça sombra,

Nem caráter que impressione,

Nem coragem para que o temam,

Nem honra contra a qual murmurem,

Nem bens que lhe cobicem,

Nem coisa alguma que lhe invejem..."

SONHOS




"... a vida desperta é como um sonho sob controle".
George Santayana

Para começar uma semana das infinitas que estão por vir, nada melhor do que tornar os sonhos realidades, desejar estar acordado para deles usufruir, ser feliz cada minuto de consciência sabendo que os sonhos sempre são possíveis de tornar concretos...Sonhar mas sem escapismos, fazer deles nossos projetos, os esboços do real!
Bençãos da Deusa,
Luciana

domingo, abril 23, 2006

Uma Runa, um conselho.


Pensando sobre o projeto do Tribos, tiro minhas Runas da bolsa e peço:
Uma Runa, um conselho.

RAIDO
"Montar um cavalo, para um herói, na sala é fácil.
Mais difícil é montar um grande cavalo percorrendo milhas dos caminhos."

Há um elemento de humor deturpado, se não sarcástico, nesta estrofe particular de "The Anglo-Saxon rune poem". Seu sentido sugere que aqueles que se instalam no conforto do lar para contar histórias de aventuras passadas e distantes ou oferecer conselhos indesejáveis sobre como os outros devem levar a vida não estão realmente experimentando o mundo exterior. É fácil ser um viajante de gabinete ou mostrar-se sábio depois de passado o evento, mas a realidade é um pouco mais difícil de enfrentar.

RAIDO nos ensina que o buscador não deve ter medo de viajar pelas estradas e veredas do mundo exterior para adquirir experiência, embora o caminho o leve frequentemente de volta ao ponto de partida. A vida é a grande iniciação e o Wyrd (destino), o maior iniciador que podemos encontrar.

(A Sabedoria das Runas - Michael Howard)


quinta-feira, abril 20, 2006

Resolvi Aparecer...

Queridos,

depois de dar uma bela sumida e mudar a minha vida de direcao completamente, consegui voltar pra ca! Muito bom fazer parte de um grupo de pessoas inteligentes e bem humoradas.

Estou escrevendo um texto novo para o site, cruzando os dedos para conseguir terminar ate o final de semana...

beijos e bencaos!

Programão para este find prolongado !!!




Faça um programa de indio, Leiam o Tribos enquanto o tio Gwy vai carpir a Horta

* 8 novas atualizações no Tribos e como no cinema em filme que só tem estrelas, vamos por ordem alfabética
· Althea despirocando de novo e canaliza o recado dos deuses para o povo da terra.
· Arieni, que fala porque somos importantes aos deuses
· Cássia conta como é difícil conviver em harmonia num coven
· Eddie fala sobre a perfeição dos relacionamentos entre pares imperfeitos.
· Luciana analisa que para os pagãos todo dia é dia da Mulher
· Oisin inicia uma nova série sobre ao força dos mitos na pós modernidade
· Pietra mostra que é a filhinha do papai , nos fala do sagrado masculino.
· Starhawk, sempre ativista nos fala sobre o Rio da Vida.
Portanto atualizem suas leituras, e aproveitem para participar comentando o que leram na comunidade do Orkut, no blog do Tribos ou na lista do Yahoo, afinal não é sempre que temos a oportunidade, de discutir o paganismo com gente que vive olhando o mundo como pagãos.
Comentem, participem e divulguem, afinal, onde mais você encontra tanta diversidade de opiniões expostas com total liberdade.

quarta-feira, abril 19, 2006

Já que o assunto é tempo

Oração para Relógios e Birutas


Quando enfim chegar a hora de ele chegar

Que se converta em brisa o desesperado sopro do vento

E em caminhada a corrida afobada do tempo...

(Ana Paula Mangeon)

A felicidade é uma Roçadeira Elétrica.

Como vocês já viram, não atualizei nada, nem colunas no site e nem recoloquei tudo de novo aqui no blog, que havia sumido na quinta passada, acabei viajando e no sítio consegui uma roçadeira elétrica emprestada.
Aí, limpei o jardim, o pomar e 1/3 da horta, me sentindo um deus com aquele motor de 1.000 watts ligado a uma lamina, um verdadeiro massacre da serra elétrica, com movimento em semicírculos fui limpando o mato que cresceu desmesurado, no período que o sítio ficou abandonado. Aquilo que eu demoraria dias para limpar com uma enxada, estava limpo em questão de horas.
Machado no cinto e a roçadeira a bandoleira, fiz questão absoluta de primeiro limpar o caminho e a volta das árvores frutíferas, principalmente é claro de um limoeiro, já que a cada caipirinha tínhamos que enfrentar um matagal, que nos enchia as pernas de picões e arranhões.
Pois é Neopagão, um pagão buscando as raízes com uma roçadeira elétrica, e se não chega até as raízes pelo menos consegue ver a terra que antes estava coberta pelo mato e vendo sabe que pode faze-la florescer e frutificar, buscando técnicas de plantio na internet.
Não existem tradições, tudo está sendo recriado, assim com recrio os mitos greco-romanos, atualizando modernizando e trazendo os deuses para mais perto da nossa realidade e os afastando da visão dualista.
Não existem tradições, nem tampouco bruxos tradicionais, e duvido que alguém aqui pegaria numa enxada, assim como já vi sacerdotes errando os quadrantes com uma bússola, na mão, sem ver que o sol, como a milhares de anos, tinha acabado de se pôr no oeste.
Gente que tal entregarmos nossos destinos aos deuses, como na minha coluna mais recente, e seguimos buscando o conhecimento no nosso cotidiano, nas nossas intuições e nas tradições legadas por nossos ancestrais? E tendo a certeza que o habito não faz o monge e a vassoura não faz a bruxa.

Vida/Tempo

Para Tetéia




eu acho que a vida anda passando a mão em mim
eu acho que a vida anda passando a mão em mim
eu acho que a vida anda passando
eu acho que a vida anda
a vida anda em mim
a vida anda
eu acho que há vida em mim
há vida em mim
acho que a vida anda passando
a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo
quem anda me comendo é o tempo
se bem que já faz tempo, mas eu escondia
porque ele me pegava a força
e por trás
até que um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo, se você tem que me comer
que seja com meu consentimento, e me olhando nos olhos...
eu acho que eu ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem
que ando até remoçando.


(Viviane Mosé)

terça-feira, abril 18, 2006

Convite pra quem sabe ler

Repasso aqui o convite de pessoas especiais, que escrevem de maneira especial, mesmo que sobre coisas triviais, com óticas novas, sempre.
A.S.
Évora

¨-¨-¨- ¨-

Isso não é SPAM, nem o novo greenspan.
Abram suas pernas e olhos, porque queremos entrar.
Brutos, sem polimento.
Sujos, nada de limpeza e roupa de domingo.
Malditos, não precisamos de bem-dizer.
Abram suas pernas, não faremos mal, queremos só seu dinheiro, partir seu coração e roubar sua inocência.
Nosso time é formado por vice-campeões de bambolê, macumbeiras da porrada, praticantes de pecados capitais em manhãs de sol, poliglotas de palavrões, bêbadas com amnésia alcoólica, hard users de cafeína, sociopatas zoológicos, tudo apelando pro palavrório da Nova Literatura Brasileira (nos escreva se saber do que se trata isso) e sapecando textos todos os dias. Acompanhe.
O brutti, sporchi e cattivi é um blog grupal, segue a fórmula da vida moderna orgiástica.
Não sabe o que é blog?
Mas sabe ler, né?
Então:
http://naselva.com/brutti

segunda-feira, abril 17, 2006

O Tempo



O Tempo é algo que assombra as mentes humanas a séculos...
Vamos aos mitos:
Cronos; Titã, filho de Urano, destronou o pai para reinar absoluto sobre a criação, se fez presente, mesmo que por amor a sua criação, de forma tirana, pois não queria ver o seu reinado passar por outras mãos. E para isso devorava seus filhos;
Foi castrado também, por seu filho que buscava a expansão dos negócios da família, filho esse que ele nem imaginava existir, se uniu a mãe e bolou um plano pra derrubar o pai, que pra uns foi castrado e pra outros após ser ferido se rendeu e foi embora.
Chrono = o Tempo.
Saturno; mitológicamente comparado a Cronos, dizem as más línguas, que Júpiter o atirou do Olimpo, indo parar no Capitólio, futura Roma, onde se edificou Saturnia. Seguiu os passos de seu antecessor Jano, e ensinou aos homens o cultivo da terra, fazendo-a próspera. Astrológicamente sua atuação psicológica e por vezes até biológica, leva nós reles mortais a quebrar com as correntes que nos aprisionam no mundo do passado e da estagnação, nos faz entrar de cara no mundo do intelecto, moral e espiritual; rege os ciclos, marca os inícios e os fins; Representante oficial dos capricornianos e aquarianos. Designado por algumas linhas astrológicas, como o planeta maldito.
Os mortais:
Einstein e Bergson, homens que viveram na mesma época (1922), um cientista alemão e o outro filósofo francês; ambos explicando o tempo de acordo com suas visões e filosofias que começaram numa simples curiosidade humana; para o primeiro o Tempo foi reinventado na relatividade ; para o segundo existe uma duração no tempo relativo.
E pra você, o que é o tempo?
Beijocas ;)
Althea

Benção para quem fez a passagem...


Sempre lembramos de bençãos ou encantamentos para finalidades alegres ou de reconciliação, de esperança ou renovação e esquecemos que cedo ou tarde nos depararemos com a morte...seja a nossa ou a de alguém especial.
Este Pietra, é meu modo de compartilhar teu momento: uma Benção Final para aquela pessoa que partiu e deve ser abençoada e encaminhada suavemente ao Summerland...

"Abençôo sua mente e tudo o que criou,
Abençôo seus olhos, que viram a beleza e a dor,
Seus ouvidos que perceberam todos os sons,
Sua boca, por ter falado a sua verdade,
Seus braços, por terem sabido abraçar com amor,
Seu corpo, que abrigou seu espirito,
Seu pés que a conduziram pela vida,
Seu sexo que lhe deu prazer,
Seu coração que a fez sentir emoções e sentimentos, todos,
Seu espírito que hoje levanta vôo e parte.
Até breve..."

(Benção adaptada de um texto de Mirella Faur/O Legado da Deusa)
Bençãos Dela,
Luciana Onofre

quinta-feira, abril 13, 2006

Mais um para o time dos Ancestrais

Essa semana eu perdi mais um ente querido para o Plano Espiritual.

Claro que eu não perdi nada, a não ser algumas lágrimas. Sentimos falta? Pois sim! Mas, sinto-me honrada por saber que mais um dos meus amados está do meu lado...

Ficam as saudades e as homenagens na lua cheia... ficam também o amor e o respeito...

Minha família está crescendo... do lado astral do mundo =)

Kabbalah - Cabala Judaica

O En-sof & os Sefiroth

A Kabbalah que quer dizer literalmente tradição e se refere especificamente à tradição do misticismo judaico se tornou proeminente no século doze, mas existia muito antes desta época. A diferença entre o misticismo judaico e a religião judaica é a mesma que se encontra em outras tradições religiosas e místicas. Os místicos sempre existiram no cerne de qualquer religião instituída e constituíram os núcleos das verdadeiras manifestações religiosas, envolvidas pelos cultos inconscientes das religiões organizadas à serviço das massas. No cristianismo sempre existiu o núcleo secreto do cristianismo esotérico. No budismo a manifestação verdadeira se personificou no Zen. No judaísmo os estudiosos da Kabbalah e a prática do hassidismo. No islamismo o que se encontra no cerne é o sufismo.

A Kabbalah difere fundamentalmente do judaismo dos rabinos ao propor o seguinte:

1. O Deus criador da Bíblia é um Deus limitado e subordinado a ainda um Deus maior, sem limites e misterioso - o En-sof .
2. O Universo não é o resultado da criação mas o resultado de uma complexa operação realizada pelos atributos imanados do En-sof - os Sefiroth.
· Os Sefiroth são a ponte conectando o universo finito com o Deus infinito. Os conceitos do En-sof e Sefiroth são o centro de todo o pensamento cabalístico e sem estes não existe o cabalismo. Compreenda o En-sof e você compreenderá o significado de Ser Divino.
Compreenda o sistema dos Sefiroth e você compreenderá o significado de Ser de uma forma geral.
O termo En-Sof quer dizer sem limites, sem fronteiras, sem fim (E = sem, Sof = fim). Este é o nome de Deus do cabalismo que simboliza a unidade total além da compreensão. Na mente dos cabalísticos o En-sof é o nada, o vazio, aquilo que não existe, não se pode discutir a sua existência porque não é parte da experiência humana e não se pode também falar da sua não existência, porque está além da nossa compreensão, o que pode se dizer no máximo é que ele existe na sua não existência. e que em sua não existência ele existe.

O En-sof está antes do Deus criador, mesmo isto não O explica. Ele não pode ser localizado no tempo ou no espaço. A única coisa que pode ser dita com alguma certeza é que o En-sof não foi a causa deste mundo. Ele está além do ímpeto da causa, dos desejos. Ele é sem desejos e sem ausência de desejos. Ele é Ele mesmo. Ele é o En-sof, um vazio pleno.

O En-sof é ao mesmo tempo o fluido no qual todo o universo dos Sefiroth, as imanações de Sua afluência descompromissada reside. Uma coisa a mais pode ser dita do En-sof é que os Sefiroth são o resultado de sua imanação Os Sefiroth são entendidos como as entidades abstratas através das quais todas as mudanças no universo acontecem. Os dez Sefiroth são representados pela Árvore da Vida da Kabbalah.

Os Sefiroth são:
1. Kether - Coroa do Conhecimento - Mônada de pura energia - Poder dos opostos na unidade - Origem dos Sefiroth remanescentes ;
2. Hockmah - O Sábio - Sabedoria daquele que conhece - Masculino, atributos do pai - Contém o todo da criação, em potencial, o desejo de criar, o ímpeto, a corrente, o desejo de colocar em prática o plano da criação - o Pai dos Pais, a paternidade mor;
3. Binah - Inteligência ou Compreensão - A Mãe Suprema - Útero de todo o conteúdo da Sabedoria - A partir dela os outros Sefiroth procedem;
4. Hesed - Misericórdia ou Amor - União da Sabedoria com a Inteligência - Força masculina - Expansão do desejo;
5. Gevurah - Julgamento ou Poder - O Poder Divino - Justiça e controle - Natureza feminina;
6. Tifereh - Beleza - Casamento de Hesed e Gevurah - Natureza andrógina - Extensão do coração, atributos do coração;
7. Netsah - Vitória ou Perseverança - Princípio masculino ativo e apoia Hesed (Misericórdia) - Sol e Lua;
8. Hod - Majestade ou Glória - Natureza feminina e passiva - Apoia o Gevurah (Julgamento) - Criaturas do mar e do ar;
9. Yesod - Fundação - Simboliza os genitais masculinos e femininos - Poder divino criativo e reprodutivo - Homem e Mulher - Estabilização dos opostos;
10. Malkuth - Reino - Princípio feminino e passivo - A divina graça do En-sof passa para o plano terreno.

ADAM KADMON O HOMEM CELESTIAL (OU PRIMORDIAL)

Alguns cabalísticos tem a visão de que a primeira forma padronizada pelo raio da luz emanado do Ensof não foi os Sefiroth mas o corpo de Adam Kadmon, do qual os Sefiroth então se emanaram. Os Sefiroth como porções do corpo celestial do homem:

1. Kether -a Coroa - está localizada na cabeça;
2. Hokhmah - a sabedoria -faz o seu cérebro;
3. Binah - Inteligência - é o coração de Adam Kadmon, simboliza aquilo que compreende;
Estes três Sefiroth são imaginados como constituintes da cabeça e de suas funções, o terceiro Sefirah, Binah sendo aquele que une os primeiros dois Sefiroth neste exemplo. A correlação do coração com a Inteligência ou Compreensão é significante, mas não peculiar ao pensamento místico. O coração, em uma época, era entendido por uma grande maioria a ser o órgão do pensamento. Em outras palavras, muitos acreditavam que uma pessoa deveria pensar com o coração. A cabeça era usada para o processo da razão e do julgamento, mas o coração era aquele que a pessoa pensava e baseava as suas ações.
4. Hesed - Misericórdia ou Amor - é o braço direito de Adam Kadmon;
5. Gevurah - Julgamento ou Poder - é o braço esquerdo de Adam Kadmon;
6. Tifereh - Beleza - é o peito de Adam Kadmon;
A segunda tríade dos Sefiroth dentro deste contexto refere-se à atividade das mãos direita e esquerda, da Misericórdia e do Julgamento quando trabalhando harmoniosamente, produzindo Beleza (o peito) que abriga a Compreensão (Binah, o coração). A compreensão é portanto o resultado harmonioso entre a Misericórdia e o Julgamento, entre as atividades das mãos esquerda e direita.
7. Netsah - Vitória ou Perseverança - é a perna direita de Adam Kadmon;
8. Hod - Majestade ou Glória - é a perna esquerda de Adam Kadmon;
9. Yesod - Fundação - são os genitais masculinos e femininos; Yesod simboliza a fonte de todas as coisas por causa da sua associação com os órgãos genitais, une o sétimo e oitavo Sefiroth formando a terceira tríade, o mundo material. Por alguma razão misteriosa é mais fácil descrever o significado da atividade daquelas dimensões além ou acima do mundo material do que descrever o significado daqueles símbolos que falam do mundo material. Qual é o significado simbólico das pernas se não a locomoção? Em alguns sistemas do pensamento simbólico elas representam os instintos básicos. Se nós seguirmos esta última sugestão então Yesod pode ser imaginado como o harmonizador apenas no sentido de que ele interliga os poderes inerentes da Vitória e da sua consequente Glória em um ato criativo e regenerativo. Tudo isso apenas nos sugere uma nova compreensão de Yesod. As pernas permanecem um mistério.
10. Malkuth - o Reino - é simbólico da Harmonia e Compleição em Adam Kadmon.

A configuração de Adam Kadmon é tradicionalmente apresentada de costas, olhando para a mesma direção que o observador. A teoria do Ensof como uma emanação original resultando no corpo de Adam Kadmon é encontrada no Cabalismo Luriânico . Em algumas mentes Cabalísticas ele é o primeiro Deus que pode ser compreendido pelo homem pelo fato do que o homem é feito à sua imagem e semelhança. Desta configuração Adam Kadmon projetou luzes dos seus ouvidos, olhos e boca. As luzes canalizadas destas fontes produziram configurações ocultas no pleroma do universo. Configurações estas tão secretas que nunca foram descritas até hoje. Então, dos olhos de Adam Kadmon foram projetadas as luzes que viriam estabelecer uma parte central na existência.

Mas as veias que foram preparadas para capturar e armazenar esta luz se romperam sob o seu peso causando uma explosão em milhões de partículas que caíram nas partes mais escuras do pleroma. Isto resultou no nascimento de conchas malígnas. As luzes que posteriormente surgiram da testa de Adam Kadmon levaram à configuração dos Sefiroth como são agora conhecidos.

Portanto, o infortúnio que levou à quebra das veias é percebido por algumas mentes cabalísticas como a queda de Adão no Paraíso. A harmonia original com Deus foi quebrada pelo rompimento das veias e o surgimento do mal. Acima como abaixo: A queda de Adão no Paraíso foi entendida como inevitável porque o drama arquetípico da queda já tinha ocorrido em Adam Kadmon. O problema de restaurar a unidade original não mais se situa na arena do Divino. O homem era agora igualmente responsável pelo trabalho de restauração. O Adão do Paraíso era a contraparte antropológica do ontológico Adam Kadmon.

Portanto, da mesma forma que o corpo de Adam Kadmon alinhava a configuração dos Sefiroth, também deve a porção espiritual do homem ser pensada como se contivesse os Sefiroth . Em algum lugar existe um Adão dentro de cada um de nós precisando de restauração em exílio do Paraíso. O propósito do Cabalismo é a restauração do homem divino no meio do homem mortal. Nós somos o laboratório e os cientistas que trabalham nele. Tudo isso é para dizer que há um relacionamento íntimo entre o ser humano e seu contraparte espiritual. O mistério deste relacionamento é para ser encontrado nos Sefiroth .

OS TRÊS PILARES
Adicionando aos relacionamentos a serem encontrados nas divisões triádicas dos Sefiroth delineados anteriormente, há uma outra configuração dos Sefiroth nas quais eles são arrumados em tres pilares: o da Misericórdia, o do Meio e o do Julgamento:

O Pilar da Misericórdia, à esquerda, é composto dos tres Sefiroth masculinos: Hokhmah, Hesed e Netsah;
O Pilar do Julgamento, à direita, é composto dos tres Sefiroth femininos: Binah, Gevurah e Hod;
O Pilar do Meio, ao centro, é composto dos cinco Sefiroth: Kether, Daath (o sefirah oculto), Tifereth, Yesod e Malkuth.

Nesta configuração os Sefiroth entram em uma nova relação uns com os outros. Os dois pilares Julgamento e Misericórdia são equilibrados pelo pilar do meio.

Os Sefiroth contidos em cada pilar são conectados com os outros contidos no mesmo pilar. O tema da polaridade, a distinção dos opostos como masculino - feminino, positivo - negativo, noite - dia, etc. a dualidade é então enfatizada. Na divisão triádica dos Sefiroth a dualidade está presente, mas sempre vista no contexto do relacionamento. A primeira tríade - Kether o primeiro Sefirah, Hockmah e Binah os opostos a ele, são separados dele e imaginados como existindo em um relacionamento permanente. A segunda tríade - Hesed, Gevurah e Tifereth o terceiro Sefirah é uma figura composta criada pelo amálgama dos poderes dos seus pais Hesed e Gevurah que dão o nascimento a ele e que é o mediador entre eles. A terceira tríade - Netsah, Hod e Yesod segue o padrão da precedente.

Na divisão triádica os Sefiroth no centro da configuração são, de certa forma, dependentes dos Sefiroth da esquerda e da direita para a sua existência e valor. Na configuração de pilares todos os tres pilares são unidades independentes, o pilar do meio sendo uma unidade de divindade pura e individual. Este pilar é considerado o perfeito e serve como um fator de mediação entre os pilares da esquerda e da direita, mas não dependente da existência deles.
O que está presente nesta configuração é a idéia dos tres poderes. Os poderes da esquerda (escuridão - yin), os poderes da direita (luz - yang) e os poderes da alma, o pilar do meio é também chamado de Shekhinah, a parte feminina de deus. Há também uma especulação cabalística sobre a sugestão de que o pilar do centro é a Árvore da Vida e os outros pilares a Árvore do Bem e do Mal.

O Pilar da Misericórdia recebe o seu nome de Hesed (Misericórdia ou Amor). O que sugere que esta qualidade para ser verdadeira deve ter juntas as qualidades dos dois outros Sefirah, Hokhmah (Sabedoria) e Netsah (Perseverança). A Misericórdia deve ser aplicada com sabedoria e deve-se perseverar para ser misericordioso.

Da mesma forma o pilar do Julgamento recebe o seu nome de Gevurah (Julgamento ou Poder). O Julgamento verdadeiro recebe a sua essência de Binah (Compreensão) e a sua aplicação vem de Hod (Glória ou Magestade).

O Pilar do centro é uma linha direta do mundo do divino de Kether ao mundo material de Malkuth , os dois opostos supremos. Entre eles temos os Sefirah, Tifereh - a Beleza e o Sefirah, Yesod - a Fundação o princípio generativo, o princípio criativo, que, por sua vez recebe sua beleza da luz do princípio central, Kether.

O SEFIROTH COMO ÁRVORE

Os Sefiroth são conduzidos à Árvore do Paraíso e especificamente à Árvore da Vida em uma outra configuração onde no centro os Sefiroth são imaginados como o tronco, os Sefiroth a esquerda e a direita como seus galhos.

Alguns cabalistas dizem que no início do Seu ato criativo, Deus gravou tudo que viria a ser no Sefirah Hesed (Misericórdia ou Amor) considerado o Torah a lei oral e escrita, não aberta. Neste Sefirah, a mão direita de Deus, onde o Torah escrito e oral estava contido em forma de fogo permaneceu estacionado, até que fosse ativado por Hokhmah & Binah. Então o Torah escrito se localizou e se expressou em Tifereh, o Torah oral residiu nos tesouros de Malkuth.

As correntes em fluxo se dividem em um número que levam à Árvore do Bem e do Mal, denominada assim porque se suporta de dois lados opostos. Esta árvore que não está no meio é referida como os seis dias da criação e é composta dos Sefiroth Hesed, Gevurah, Tifereh, Hod, Netsah e Yesod. Ela é chamada de Microprosopus . Há na configuração sefirótica duas estruturas: os primeiros tres Sefiroth, a primeira tríade compõe a Árvore do Conhecimento, a Segunda e Terceira tríade compoem a árvore do Bem e do Mal. Estas duas configurações simbolizam o que foi denominado por Jardim do Éden. O último Sefirah, Malkuth, representando o mundo que está fora deste jardim. Comendo a fruta da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal o homem adquire conhecimento do bem e do mal e, portanto, é considerado igual a Deus, descobre a sua própria divindade.

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal não obtém sustentação da árvore do meio, a Árvore da Vida, que medeia os opostos. É por esta razão que os opostos existem no mundo, em conflito. Sem o conhecimento contido na Árvore da Vida, não há equilíbrio, pode-se interpretar o fruto da Árvore da Vida contendo o fator de mediação. A Árvore da Vida representa simbolicamente a força necessária para unir os opostos, para casar os opostos uns com os outros. Ela é o caminho do meio, um lugar onde o ‘som de uma mão batendo palmas’ pode ser conhecido. A Árvore da Vida é freqüentemente denominada pelos cabalistas de Shekhinah, a alma. Esta alma une os opostos, também chamada de Árvore da Vida Eterna.

Muitos cabalistas pensam que a árvore sefirótica também simboliza o corpo do homem, na luz das técnicas e sistemas de transformações espirituais orientais.

Já foi apontado acima que os lados direito e esquerdo da configuração sefirótica constituem os braços e pernas de Adão e que os Sefiroth descendo pelo meio compõem o seu tronco.

A linha que liga Kether passando por Daath (o sefirah oculto), Tifereth e Yesod deve ser associada à espinha dorsal, onde flui a Kundalini. A maior premissa da disciplina Tântrica da Kundalini Yoga é a do poder feminino latente Shakti sediada na base da espinha na forma de uma serpente enrolada e dormindo. Ela reside aí em um estado adormecido separada do seu Senhor que ansiosamente espera pelo seu retorno ao seu lar na cabeça do homem. Isto não pode ser alcançado a não ser que o homem acorde a dorminhoca serpente e a provoque para que ela ascenda em uma linha reta através da espinha dorsal, o canal de Sushumna , o canal oco, que vai do períneo (entre o ânus e os genitais) ao topo da cabeça. Há dois outros canais entrelaçados à esquerda e à direita deste canal principal e são chamados de Ida e Pingala, respectivamente. O primeiro identificado como a Lua e o segundo como o Sol. Em outras palavras eles representam os opostos, Escuridão & Luz; Mal & Bem; Noite & Dia, Yin & Yang.

Os cinco círculos distribuídos sobre o canal central, o Sushumna passando através dos seus centros são chamados de Chakras ou centros sutis. Há mais dois centros, um entre os olhos e outro no topo da cabeça. Estes centros sutis simbolizam diferentes formas de consciência, a forma mais primitiva no Chakra básico e a mais pura no topo. No homem comum, a serpente acorda de tempos em tempos e sobe por um dos dois canais entrelaçado com o canal do meio. Quando isto ocorre, as forças que residem em cada centro são ativadas. A dificuldade é que as forças que são ativadas desta maneira, pela passagem da Kundalini por um dos dois canais, influencia o indivíduo de forma adversa porque ele é inconsciente deste despertar. Ele está à mercê das emoções e desejos liberados por cada um destes centros. Ao mesmo tempo, a concentração de energias em apenas um dos canais causa um desequilíbrio. O desequilíbrio é experimentado como um estado de conflito, o conflito entre as energias potenciais do canal não usado e a sobrecarga energética no canal que a Kundalini ascende. Nenhum destes dois caminhos levam ao topo da cabeça. Eles se esvaziam nas narinas e qualquer energia que estiver contida dentro dos canais é dissipada. A união é desconhecida.

A única forma que a Kundalini pode vir a um estado de união com o mais alto é viajando através dos centros sutis, subindo pela espinha dorsal. Esta força, a Kundalini, que se move da base da espinha até o topo da cabeça é feminina. O crânio ou cérebro onde ela é esperada é o princípio cósmico supremo. Esta energia feminina da Kundalini é chamada pelos cabalistas de Shekhinah o princípio feminino que une os opostos. Shekhinah na Cabala é representada por Daath, o Sefirah oculto. Na Cabala Kether localizado no topo da cabeça é, também, definido como aquele que anseia se encontrar com sua ‘noiva’, o princípio feminino no exílio, adormecido, residindo em Yesod . O Sefirah, Yesod simbólico da região genital corresponde em sua localização e significado ao chakra Muladhar que é, na Kundalini, identificado com as paixões e energias sexuais.

Malkuth corresponderia à manifestação da Árvore da Vida no plano terreno. À Shekhinah associamos o número do espírito, o número do céu – 7 – representado pelos sete Chakras. À Malkuth associamos o número da terra, ou reino – 8. A projeção da Árvore da Vida Eterna – Shekhinah na terra, gera a representação chinesa do Pa-Kua (ou Baguá), um octógono, onde para cada lado existe um trigrama do I-Ching associado. Como foi mencionado acima o último Sefirah, Malkuth representa o mundo que está fora do Jardim do Éden, que envolve a Árvore da Vida começando em Yesod.

O TETRAGRAMMATON

O Tetragrammaton simboliza o corpo do homem. Ainda mais, ele sugere a existência de um processo de criação dentro do homem cuja mitologia de fundo é representada pela tribo, pela família, pela comunhão entre os seres humanos.

A letra Yod contém no seu ponto mais alto, parte superior da letra, a representação de Kether, a coroa e a letra Yod é Hochmah, Sabedoria, o pai, o masculino; a primeira Hé é associada a Binah, o feminino, a mãe; Vau aos próximos seis Sefiroth o corpo do Microprosopus o filho da união do masculino & feminino e ao segundo Hé associa-se a Malkuth, a noiva do Microprosopus ou Nakha. À esta configuração é que foram sempre associadas as cartas da corte: Rei, Rainha, Princesa e Príncipe. O Tetragramaton também representa os quatro mundos, onde Kether, Hochmah e Binah estão localizados no mundo um - ‘Atsiluth representado por Yod e Hé primeiro; Tifereh, Hesed e Gevurah no mundo dois - Beri’ah, representado por Vau; Yesod, Netsah e Hod no mundo tres - Yetsirah representado por Vau e Malkuth no mundo quatro - Asiyah representado pelo segundo Hé. No Tathata -Tarô Tântrico & Taoísta os quatro mundos são associados aos naipes das cartas e que são de baixo para cima: Sono; Sonho; Acordado e Luz.
A pura abstração da divindade na representação das letras do alfabeto hebraico é também encontrada nos mantras e símbolos fonte. No mantra Om Mani Padme Hum ( A Jóia está no Lotus) ou no símbolo do Aum que representa os cinco estados da sabedoria, ou nos cinco Dhyani-Buddhas e que estão relacionados na figura abaixo com o IHVH ou Tetragrammaton considerado como sendo o nome de Deus, pois como o homem foi criado à Sua imagem e semelhança o corpo do homem deve corresponder ao nome de Deus que, por sua vez, foi criado à imagem e semelhança do homem. Da mesma forma que o símbolo fonte do Tantra - Aum contém poderes não comentáveis, também o Tetragrammaton nos rebate silenciosamente aos quatro mundos e sua hierarquia.

Clau Dio Vik thor Sou Zen Ja Hara
Swami Anand Goloka

Referência Bibliográfica:
Charles Poncé em seu livro Kabbalah - An Introduction and Illumination for the World Today. The Theosophical Publishing House - primeira edição - 1973/quarta edição - 1986.

quarta-feira, abril 12, 2006

Atualização 12/04/2006

Duas colunas foram atualizadas, a do Giancarlo que fala sobre os Ases e as 4 leis cósmicas e a do Goloka, falando sobre a Filosofia da Física e da Metafísica.
Dois excelentes artigos que merecem uma lida com muita atenção.
Portanto leiam, discutam, divulguem e coisas e tal

Os Portadores de Sonhos

Como este post, está saindo da pagina principal do meu blog “Labirinto” e acredito que este poema fale sobre o nosso caminho posto ele por aqui, curtam, pois acredito que se estamos juntos por aqui é que temos em nós o espírito dos Portadores de Sonhos.



Gioconda Belli




Em todas as profecias
está prevista a destruição do mundo.
Todas as profecias dizem
que o homem criará sua própria destruição.
Porem os séculos e a vida que sempre se renovam
criariam também uma geração de amantes
e sonhadores;
homens e mulheres que não sonharam com a
destruição do mundo,
e sim com a construção do mundo das mariposas
e dos rouxinóis.
Desde pequeninos vinham marcados pelo amor.
Por trás de sua aparência cotidiana
guardavam a ternura e o sol da meia-noite.
Suas mães os encontraram chorando
por um pássaro morto
e mais tarde muitos foram encontrados
mortos como pássaros.
Estes seres coabitaram com mulheres translúcidas
e elas ficaram prenhes de mel e de filhos reverdecidos
por um inverno de carícias.
Foi assim que proliferaram no mundo os portadores
de sonhos,
atacados ferozmente pelos portadores de profecias
que falavam
de catástrofes.
Foram chamados iludidos, românticos, pensadores de
utopias,
disseram que suas palavras eram velhas
- e de fato eram porque a memória do paraíso
é antiga
no coração do homem -
os acumuladores de riquezas os temiam
e lançavam seus exércitos contra eles,
mas os portadores de sonhos faziam amor
todas as noites
e do seu ventre brotava a semente
que não somente portava sonhos mas que os
multiplicavam
e os fazia correr e falar.
E assim o mundo criou de novo a sua vida
da mesma forma que havia criado os que inventaram
a maneira
de apagar o sol.
Os portadores de sonhos sobreviveram aos
climas gélidos
e nos climas quentes pareciam brotar por
geração espontânea.
Quem sabe as palmeiras, os céus azuis, as chuvas
torrenciais
tiveram a ver com isso,
a verdade é que, como formiguinhas operárias
estes espécimes não deixavam de sonhar e construir
mundos formosos,
mundo de irmãos, de homens e mulheres que se
chamavam companheiros,
que se ensinavam a ler uns aos outros, consolavam-se
diante da morte,
se curavam e se cuidavam entre si,
se ajudavam
na arte de querer e na defesa da felicidade.
Eram felizes em seu mundo de açúcar e de vento
e de todas as partes vinha gente impregnar-se de alento
e de suas claras percepções
e de lá partiam os que os haviam
conhecido
portando sonhos,
sonhando com novas profecias
que falavam de tempos de mariposas e rouxinóis,
onde o mundo não haveria de findar na
hecatombe
mas onde os cientistas desenhariam
fontes, jardins, brinquedos surpreendentes
para fazer mais gostosa a felicidade do homem.
São perigosos - imprimiam as grandes rotativas
São perigosos - diziam os presidentes em seus discursos
São perigosos - murmuravam os artífices da guerra
Devem ser destruídos - imprimiam as grandes rotativas
Devem ser destruídos - diziam os presidentes em seus discursos
Devem ser destruídos - murmuravam os artífices da guerra.
Os portadores de sonhos conheciam seu poder
e por isso nada achavam de estranho
E sabiam também que a vida os havia criado
para proteger-se da morte que as profecias
anunciam
E por isso defendiam sua vida até a morte
E por isso cultivavam os jardins de sonhos
e os exportavam com grandes laços coloridos
e os profetas obscuros passavam noites
e dias inteiros
vigiando as passagens e os caminhos
procurando essas cargas perigosas
que nunca conseguiram encontrar
porque quem não tem olhos para sonhar
não enxerga os sonhos nem de dia, nem de noite.
E no mundo sucedeu um grande tráfico
de sonhos
que os traficantes da morte não podiam estancar;
em todas as partes há pacotes com laços de fita
que só esta nova raça de homens pode ver
e a semente destes sonhos não se pode detectar
porque está envolta em corações vermelhos
ou em amplos vestidos de maternidade
onde pezinhos sonhadores sapateiam nos ventres
que os carregam.
Dizem que a terra depois de os haver parido
desencadeou um céu de arco-íris
e soprou de fecundidade as raízes das árvores.
Nós sabemos que os vimos
Sabemos que a vida os criou
para proteger-se da morte que as profecias
anunciam.


(trad. Celso Japiassu)

terça-feira, abril 11, 2006

Queimando Navios



Quando Fernão Cortez chegou ao México com 600 homens, 16 cavalos, 10 canhões e 13 arcabuzes mandou descarregar seus navios e em seguida ateou fogo neles. E foi comeste gesto ousado, que disse aos seus homens que não haveria mais volta. Ou conquistariam o México, ou não teriam para onde fugir.
Queimar navios se tornou uma expressão, que significa não ter como voltar atrás.
E acredito que quando fazemos uma opção religiosa, como no caso do neopaganismo, a primeira coisa que devemos fazer é “queimar os navios”, mesmo porque não é possível seguir em frente com os estudos e o modo de vida pagão se ficamos com um pé preso em outros conceitos.
Sempre digo que o paganismo é uma forma de ver o mundo, e não apenas uma religião, e isto quer dizer que passamos a ver o mundo de forma diferente quando deixamos de acreditar num deus único e inatingível e passamos a acreditar em deuses que fazem parte do nosso cotidiano, pois os deuses pagãos são forças da natureza e os percebemos através dos nossos sentidos e não apenas através da fé.
Outra diferença básica é que não acreditamos na dualidade inferno/paraíso e que portanto não tememos o pecado e nem nos sentimos culpados por não seguir regras morais impostas pela sociedade dominadora. A nossa consciência é a única que nos pode culpar, se ela não fizer isto, nem os sacerdotes ou os deuses podem fazer isto.
Assim, acreditando em deuses da natureza vemos a necessidade de preservar a natureza, afinal é ela que nos da força e nos sustenta, a Grande Mãe é Gaia, a Terra o planeta que vivemos.
Também, não devemos ser hipócritas, pregando um sistema moral e praticando exatamente ao contrario do que falamos, vejo pessoas se dizendo pagãos e pregando a Lei Tríplice, mas se propõem a fazer feitiços para mudar a vontade dos outros, enquanto a primeira regra da nossa consciência é não fazer aos outros o que não gostaríamos que fizessem conosco.
Portanto, esqueçam esta história de ser bruxo mas ser bonzinho, isto é coisa da religião dominadora, que usa destes artifícios para conter o povo. Nós pagãos não somos bons nem maus, como a natureza e devemos viver de acordo com ela.
Por isto, os que ainda estão com seus navios ancorados no cristianismo, nunca chegarão a entender o paganismo, a não ser que botem fogo neles, e sigam para uma nova vida, para a conquista da felicidade.

Fazer parte!

Passamos a vida desejando fazer parte de alguma coisa, seja quando pequenos ao iniciar nossas aventuras escolares (mesmo que ainda nem sequer tenhamos consciência dessa necessidade-claro), quando chegamos no tenebroso e inseguro período da adolescência, onde esse instinto grupal nos impele a encontrar nossos pares e podemos encarar a falta de sucesso nessa empreitada como fatal, e somos empurrados a ser parte na idade adulta de algum grupo ou coletividade que nos insira no mundo da competitividade de forma adequada e correspondendo às espectativas que sobre nós são depositadas...
Isto tudo ao longo de muitos anos nos quais essas espectativas em sua maioria são mais dos outros do que nossas.
Passando longo período das nossas existências sob essa premissa de "ter que fazer parte de" sem perceber ela se apropria da nossa vida, perdemos o referencial dessa necessidade e tomamos como nossa, as alhéias que nem sempre ou quase nunca são de fato as nossas!
Isso não somente em atividades sociais laborais ou de perfil acadêmico, como quando crianças e adolescentes, mas como um todo, pois terminamos por nos encaixar perfeitamente no padrão das espectativas da coletividade e assim damos continuidade ao esquema já estabelecido e aceito.
Mas podemos de repente despertar desse estado letárgico e tomar as rédeas das escolhas e quem sabe, optar por outros grupos, que mesmo sendo ainda coletivos, correspondam de verdade ao que esperamos...
É isso o que tenho a sorte de vivenciar hoje, escolhi este tema como apresentação nesse novo capítulo em minha vida: ser colunista da Tribos de Gaia, fazer parte de algo que casa com meu ideário, me sentir parte por encontrar pessoas que possuem idéias em comum comigo, mas que mesmo assim são diferentes a mim e que respeitam minha individualidade...
Então o fazer parte se torna delicioso, satisfatório e compenssador, pois o coletivo se encontra com a leitura pessoal, fugindo das imposições externas, e sim compreendendo meu ponto de vista e respeitando-o sem condições quanto à padrões para poder ser e fazer parte!

Heya Povo !!!

Este é mais um espaço da Comunidade Tribos de Gaia e nosso objetivo com este blog é a maior interação entre os colunistas do site com os leitores do Tribos de Gaia.
Para nós da Base administrativa do Tribos este é mais um passo para que os nossos leitores opinem e discutam o que foi publicado nos artigos, dêem sugestões e participem mais ativamente da comunidade.
Os outro canais de comunicação são a lista de discussão, que por sinal ainda não decolou, onde as conversas poderiam sem mais completas e elucidativas e a comunidade do orkut, onde informamos as atualizações do site e existe um espaço aberto para troca de opiniões.
A nossa preocupação com a interatividade é que para nós da base administrativa a comunidade do tribos ser formada por administradores, colunistas e leitores, tendo todos a mesma importância, e por isto a participação dos leitores é de fundamental importância, porque como falei outro dia:
Aqui não temos caciques ou pajés, somos todos índios.
Esperamos o apoio de todos
Obrigado.

quarta-feira, abril 05, 2006

Ebó e Feitiço online!


Um dia desses um amigo me propôs um negócio.
Ele, baiano, cuidaria da parte da macumba.
Eu, bruxa, cuidaria da parte dos feitiços.

Assim, poderíamos disponibilizar um site onde o internauta pudesse entrar, selecionar o "serviço" que mais lhe agradasse, e montaria tudo online.
Obviamente, seria um site com layout muito primoroso, com excelente estrutura de navegação e amplo leque de escolhas.

Na seção dele, que seria: Ebó online!
(Faça agora seu Ebó! Sem o constrangimento de ser pêgo de cócoras na encruza, é rápido, prático, não requer conhecimento e nem tão pouco habilidade)
O cliente selecionaria os ítens pra compor seu despacho virtual... alguidar pequeno, médio ou grande, acaçá branco ou vermelho, dendê, mariwo, morim, bife, farofa, pingas variadas, charutos idem, e por aí vai. Ia clicando em tudo, montando o Ebó e no fim adicionava tudo no carrinho de compras, passava o cartão e pronto!
Tá feito e despachado!

Da mesma forma, na minha seção: Feitiço online!
(Faça agora seu Feitiço! Rápido e ligeiro, sem correr o risco de ter um pink wiccan querendo armar seu circo ou a adolescente, filha da sua vizinha, de maquiagem preta pelas bochechas invadindo sua casa, com a penca de jovens bruxas atrás).
O cliente selecionaria os ítens de seu feitiço virtual... caldeirão pequeno, médio ou grande, estaca, incenso, athame, cálice, sangue de dragão, mandrágora, cabelo de morena, loira, mulata, japonesa, etc, roupa ritual, vassoura modelo Nimbus 2000 ou similar, e por aí vai. Ia clicando em tudo, montando o Feitiço e no fim adicionava tudo no carrinho de compras, passava o cartão e pronto!
Tá feito e elevado o cone!

Ficamos horas no boteco esmiuçando os detalhes do nosso empreendimento.
E, em breve, divulgaremos com estardalhaço esta grande oportunidade.
Fiquem de olho!
(viiiiiiiivo, mas fiquem)

A.S.
Évora

segunda-feira, abril 03, 2006

Interatividade

Somos bruxas do tempo do iPOD... sim, somos bruxas da Internet... que bacana podermos falar com as pessoas de uma forma mais pessoal - se é que isso é possível na web =) Mas vamos trilhar nossos caminhos, ó místicos, deixando por aqui algumas de nossas trilhas...

Sigam-nos os bons! heheh

domingo, abril 02, 2006

Que Ela nos sorria, mais uma vez!

É isso.
Já sabemos o quanto somos abençoados por um dia termos iniciado um projeto a favor da diversidade de pensamentos.
Agora, o seremos mais uma vez pois, de certo, Ela caminha ao nosso lado.
Vamos nessa!
A.S.
Évora

sábado, abril 01, 2006

cheguei